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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Contagem Regressiva

No primeiro ano, ele aprendeu o que era dar 2. No terceiro, dava de quatro, fazia fama. Experimentou a pedra de 5, não curtiu. É rápido. Fazia quadradinho de 8 na vila, noia e viado.

Conseguiu uma carga do pino de 10. Esperto, fez grana. Mas logo assinou um 12 e ficou esperto. Deixou de ser 13 e depois de 14 meses fechou com o 15 quando voltou pra boca.

Pegou um 16 de vacilo com o bofe. Deu sorte. No dia, a reportagem cortou pra 18 bem nele. Brilhou na tela do 19 UHF, a estrela!

Já tinha 20 quando regrediu pro 12 e foi em cana de novo. Nem tinha 22, fez fama de 24 no xadrez. Mulher do povo. Já viu viado traficante? Era ele. De guia no peito e tudo.

Saiu com 25, profissional. Aprendeu atirar com 38, .40, 45. Preferiu sair dos dois dígitos, achava pouco. Arrumou um esportivo, pagou com nota de 100. No ponteiro era só 120, 150.

Na Vida Loka fez 157, 171, colarinho foi o auge. Tinha quase 180 bocas comendo na mão, distribuindo. Da Bolívia, prefixo PT193, sobrevoava o Mato Grosso. Carga boa e barata. Crescia numa PG.

Viciado em pó, era ligado no 220v. Ao mesmo tempo, patrão e noia. Caiu de novo por vacilo, regrediu. Acharam a 365 que jogou no mato quando matou o dono de uma 250. No latrocínio era amador.

Tinha digital e lasca de esmalte. Passou de 72 horas, livrou do flagrante, sorte. Pegou 48 anos, da máxima de 30. Na paz, cumpriria 1/6 para o Habeas Corpus, caía para 5. Costurando bola, virava 3, moleza.

Agora, o que importava era sair de lá por cima, oxalá ser a bicha número 1 do crime.

por Coronel Malaquias

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