Dorote era mãe. E como toda mãe, defende o filho. Como toda mãe, quer o bem, torce e luta pelo filho. Prole é sagrada. Dorote reza.
Ricardo é filho. E como todo filho, é jovem e cretino. Não reconhece o valor dos progenitores, dos amigos, dos amores, da sociedade. Como jovem, se arrisca e erra.
Era fim do conclave, Dorote assistia atenta ao cerimonial. Ficou emocionada com o novo Papa americano, sentindo-se parte daquilo tudo. Aquele momento era consolo em meio a tanta dor. Até chegar Ricardo.
Doido de pedra e direto da boca, veio para levar a TV, prometida em dívida. Dorote se opôs, era seu último bem, último valor, sua última alegria. E insistente não deixou barato: "ao menos deixa ter a primeira benção de Francisco".
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Em tempo: Ela havia perdido tudo com um filho que viva dando "Capote" na própria casa, bancando o vício. Fora viciada em bingo também, vá lá. Mas isso é outra história, todos têm seus pecados.
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Fé, ódio e loucura. O sangue de Ricardo subiu à cabeça, enquanto o da mãe corria ao chão. Dorote subia aos céus a golpes da faca de cozinha. Em seu último suspiro rogou: "Perdoa, ele não sabe o que faz". No fundo sabemos, ninguém teve culpa...
Fumaça branca de Francisco, em nome de Pedro. Fumaça amarela de Ricardo, em nome da pedra. Dorote, com fé, alcançará as nuvens em nome de Jesus. Amém.
Por: Coronel Malaquias
Coronel, Coronel, desta vez deixaste-me com lágrimas nos olhos...
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