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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Vai e vem - O crime que compensa

Amigo do rei, amigo da fábrica,
Em Pasárgada eu sou o ladrão.
A mando do rei, a mando da fábrica,
Eu assolo aquela nação.

Eu roubo tudo de seu quinhão,
As vistas do rei, as vistas da fábrica.
Bem longe do rei, bem longe da fábrica,
Fujo, vendo tudo no sertão.

Perseguido do rei, perseguido da fábrica,
Eu me finjo de homem cão.
Sou muito útil a situação,
Situação do rei, situação da fábrica.

Se roubo do pobre, nobre cidadão,
Que vota no rei, que volta da fábrica.
Ele compra de novo à prestação,
Na loja do rei, direto da fábrica.

Sou ferramenta de argumentação,
Campanha do rei, paga pela fábrica.
Mandato do rei, lucros da fábrica,
Mesmo o crime tem lá sua função.

Por Coronel Malaquias

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