Sou o Cortez. Eu reprimia protestos desses com firmeza. Trabalhei para Fleury, Médici e Geisel, com dedicação. Gostava de métodos e sangue. Cheguei a interrogar 40, recorde de 73. Plantei todos na vala de Perus, subprefeitura que ironicamente, 35 anos depois, um colega administrou para o ultimo prefeito.
Estou velho e minha mão treme. Perdi minhas mulheres e amigos, meus netos me detestam, chamam de assassino. Colega Malaquias saiu dessa, se regenerou e escreve contos doces. Me dói não ter mesma sorte.
Me dói mais é não estar nas ruas, junto com meu turno. Com bombas e com armas prontas para pegar esses contrarrevolucionários, comunistas de folhetim! Anos rebeldes, que saudade de você!
por Coronel Malaquias
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