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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bate-estaca alucinógeno

Pó branco na mesa. Cigarrinhos de maconha. Inibidores de apetite. Antidepressivos. Uísque sem gelo. Música alta. Corpos suados. Sodoma e Gomorra.

A festa rolava solta naquele sítio alugado no interior de São Paulo. Homem com mulher, mulher com mulher, homem com homem, era o fim dos tempos, quase o inferno na terra. A máxima popular “ninguém é de ninguém” era mamão com açúcar perto do que ocorria naquele encontro sujo e alucinado entre jovens.

As moças mais recatadas estavam desfilando nuas e as mais experientes envolvidas em grupos de 10 ou 20 pessoas. Tinha um camarada cheirando uma carreira de cocaína na lomba de uma mocinha. Um outro estava pipando uma pedra enquanto bombava numa ruivinha em cima da churrasqueira.

Roberson e Megale tiveram a idéia genial de jogar Joice na piscina. A pequena estava dançando sem parar e exibindo seu corpo sinuoso e suado para todos. Um agarrou pelas pernas e outro, pelos braços. Arrastaram a loira viciada à força para a beira da piscina.

- Como fazemos? – Perguntou, afoito, Roberson.

- Vamos contar até três e jogamos. – Solucionou Megale.

- Então, cara, você segura os braços, eu seguro as pernas e jogamos. Mas jogamos no 2? Ou no 3?

- Contamos três e jogamos!

- Então, mas pode ser que um de nós solte antes. Não entendi. É pra jogar no 3 ou quando gritarmos “3 e... vai”?

- Isso. Boa idéia. 1, 2, 3 e vai.

- Jogamos no “vai”, então? É melhor nos concentrarmos. Já vi muita gente se machucando na beira da piscina.

Acertados os ponteiros, fizeram a contagem, e no “vai” arremessaram Joice na piscina. Curtiram aquele momento com grande prazer. Como era delicioso estar com a mente chapada e fazer esse tipo de brincadeira de criança.

Pena que Joice não pode ter o mesmo prazer. Morreu ali mesmo, rachando a cabeça no fundo da piscina que estava em reformas.

Por: Reverendo Lezzagon

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